Traçando uma rota

Em uma nova temporada, a primeira questão que precisa ser definida pelo treinador é qual modelo de jogo ele irá utilizar. Diante disso, as peças devem ser buscadas de acordo com esse modelo, pra que ele possa ser colocado em prática com sucesso.

Nesse começo de ano, podemos perceber que algo não está batendo. Diante das contratações que foram feitas (e aqui não estou questionando a qualidade e sim a funcionalidade tática das mesmas), e do elenco que se formou, fica evidente a necessidade de um esquema formado no 4-4-2, com Luisito e mais alguém na frente e o meio em losango.

Exemplo:

Com o que temos disponível no elenco, essa seria na minha opinião, a formação que melhor acomodaria os jogadores considerados titulares nesse momento e que provavelmente conseguiria extrair o melhor deles.

Se observarmos a maioria dos gols nesse ano até aqui, foram em combinações de Luisito e Bitello, que acaba sempre aparecendo na área, quase que como um segundo atacante. Ainda que ele não seja atacante de ofício, acho que ele tem características e qualidades para exercer essa função, como posicionamento (considero um dos jogadores mais inteligentes do elenco ao se posicionar, inclusive dentro da área), leitura das jogadas e boa finalização. Ele poderia jogar flutuando próximo ao Luisito, ambos trocando de posição e gerando espaço, já que o próprio Luisito não é um centrovante fincado na área.

A grande questão aqui é que o Renato parece querer insistir no esquema com pontas, sendo que esse elenco não foi formado para abastecer esse esquema. Hoje temos praticamente apenas o Ferreira como ponta de ofício, ele que a propósito não está conseguindo ajudar o time na criação das jogadas e constantemente elas “perdem o timing” ou morrem no pé dele. Até por esse motivo escalei o meu time ideal sem pontas e sem o Ferreira.

Bitello cai muito de produção deslocado para a ponta direita e Carballo que é um volante de muita chegada na frente, está sacrificado como primeiro homem de meio campo. Enfim, são peças que não se encaixam no modelo/desenho que o Renato imagina e deseja e se ele não abre mão de jogar com pontas, então a direção terá que ir ao mercado o quanto antes em busca dos jogadores adequados para esse esquema, enquanto ainda é tempo. Mas e aí, a direção está disposta a gastar mais para trazer esses jogadores?

Estamos 100% no Gauchão, vivemos fase de testes e temos muitos jogadores novos para se adaptarem e se entrosarem. Tudo isso é verdade. Eu como torcedora posso entender, ter paciência e esperar, mas o calendário não espera. Logo tem Grenal, logo tem Campeonato Brasileiro, logo tem Copa do Brasil e logo também teremos o encerramento da janela de transferências. Esse é o momento de traçar a rota, definir estratégias, fixar um esquema…é um momento chave onde decisões que definirão o nosso ano serão tomadas. Essa rota depois de traçada, é muito mais difícil de ser alterada.

O que é mais fácil? Contratar jogadores pra que eles se acomodem a determinado esquema ou usar o esquema que melhor se adequa aos jogadores já contratados? Fica o questionamento.

E eu fico por aqui. Até o próximo Resenhando FC!